Os portugueses tinham a necessidade
de colonizar as terras recém descobertas mas precisavam de mão de
obra barata. A exemplo de outros países, começaram a traficar
negros africanos para o brasil. Eram negros de varias etnias que
fundiram suas culturas e formaram várias outras, inclusive a
capoeira, que juntamente com o candomblé constituíram uma forma de
resistência ao regime escravocrata.
Os anos se passaram e as fugas das
senzalas ocorriam com mais frequência. Essas fugas propiciaram a
formação de ajuntamentos de negros em comunidades que receberam o
nome de quilombos.
O Quilombo dos Palmares foi o mais
famoso, cujos últimos líderes foram o rei Gangazumba e em
seguida Zumbi, considerado por muitos, o primeiro mestre de Capoeira e hoje lembrado como
símbolo da consciência negra no Brasil.
Com a chegada da família real, a
capoeira teve uma mudança de fase, passou a ser perseguida. Estava
em evidência por ser a principal arma do negro para os seus delitos.
Os dotes capoeiristas foram usados em várias situações importantes
para a política nacional. Foram enviados até mesmo para a guerra do
Paraguai como forma de punição... Mas voltaram como heróis.
Deram muito trabalho para os
delegados de polícia na época Imperial. No final do século XIX,
após abolição da escravidão e no início da República, foi
incluso no código penal um artigo que tornava criminoso o praticante
de capoeira. Quem fosse flagrado praticando capoeira seria condenado
a cumprir pena em Fernando de Noronha.
O início do século XX foi marcado
por mais uma mudança de fase na capoeira. Os movimentos capoeiristas
na Bahia tornaram-se mais divulgados com maior destaque para duas
personalidades que promoveram grandes mudanças na capoeira: Mestre
Bimba e Mestre Pastinha.
Mestre Bimba (Manoel dos Reis
Machado - 1900 a 1974), o criador da Capoeira Regional, acrescentou
inovações e revolucionou a capoeira tradicional misturando golpes e
movimentos do Batuque (luta na qual seu pai era campeão) e começou
a divulgá-la a partir de 1918.
Mestre Pastinha (Vicente Ferreira
Pastinha - 1889 a 1981), o maior divulgador da Capoeira Angola teve a
oportunidade de levar sua equipe de capoeiristas para a África no
“Festival de Artes Negras de Dakar” no ano de 1966. Lá conheceu
uma dança chamada N'Golo (Dança das Zebras) que continha movimentos
muito parecidos com os movimentos da capoeira. Mestre Pastinha
defendia a tese de que a capoeira era oriunda desta dança.
Por: Mestre Legalzinho Capoeira