Translate

Mestre Juruna

 

    Sucedeu no estado do Rio de Janeiro mais precisamente na cidade de Niterói, o nascimento de Anderson Castro de Azevedo, no dia 29 de outubro de 1981. Singularmente, aos quatro anos de idade Anderson foi apelidado de cacique Juruna pelo seu primo, pois assemelhou o seu cabelo aos traços indígenas. Desde então, até os dias de hoje, felizmente Anderson é conhecido por Juruna.

    Todavia, é uma história em que a força de vontade foi determinante para a construção desta biografia. Pois certo dia, aproximadamente na década de 1990, ao sair do instituto escolar, Anderson e seus amigos foram assistir uma apresentação de capoeira realizada pelo grupo Filhos da Lua, no (CIEP) — Centro Integrado de Educação Pública na cidade de Maricá no Rio de Janeiro. Ao término do evento, Anderson determinadamente conversou com o responsável Mestre Dico, e realizou a sua matrícula na capoeira — “neste momento meu coração transbordou de alegria, pois sempre fui encantado com a capoeira e nunca tive oportunidade de treinar”. — Em entrevista, Anderson relembrou deste momento.

    Um grande problema na vida de Juruna é que ele era incompreendido, pois de origem humilde, o aluno enfrentava dificuldades financeiras e simultaneamente sofria preconceitos por praticar capoeira. A forma como Juruna nunca permitiu que algo interferisse em seus objetivos era admirável, pois diversas vezes o aluno deixava de se alimentar no colégio, para economizar e juntar o dinheiro para arcar com o custo mensal da capoeira, ora, se não bastasse o aluno percorria de bicicleta aproximadamente 17 quilômetros em todo o seu percurso para treinar. Juruna define o objetivo pessoal da seguinte maneira: “jamais pensem em retroceder, apesar dos obstáculos o sentimento de desistir deve ser ignorado, aceite os desafios e acredite que Deus sempre cooperará se você se esforçar

    No Rio de Janeiro a história continuava, aproximadamente em 1999, em busca de uma nova jornada, Juruna deixou de fazer parte do grupo Filhos da Lua respectivamente com Wenderson Barbosa mais conhecido por Ligeiro e decidiram trilhar um novo caminho. Em sua nova etapa, decidiram exercer as atividades no Centro Cultural Rio-Minas Capoeira e Artes, mais conhecido pelo nome fantasia "Grupo Rio-Minas" com o Contramestre Carlinhos Aidê. Contudo, satisfeitos pela amizade todos se tornaram amigos.

    Singularmente, ensinar capoeira era um dos sonhos de Juruna, aproximadamente no ano 2000, o proeminente aluno passou a ministrar aulas na Associação dos moradores no bairro São José de Imbassaí na cidade de Maricá, onde reside atualmente. Simultaneamente, no dia 29 de janeiro de 2002, após a decisão dos dirigentes, houve a reestruturação do Grupo Rio-Minas. Entretanto, o grupo expandiu e ficou reconhecido oficialmente como — Grupo Capoeira NEGRIM – em conformidade à sigla “Nova Escola Geração Rio-Minas”. Neste mesmo ano, Juruna foi elevado ao patamar de graduado (corda azul) conforme seu comprometimento e eficiência.

    Inclusive, algo gerador de felicidade é ter data para comemorar, principalmente as que celebram um momento demasiadamente especial, no dia 16/07/2022 o Mestrando Juruna foi elevado ao patamar de Mestre no GCN — Grupo Capoeira NEGRIM, justamente na comemoração dos 25 anos de existência da equipe. 

    Por trás de um grande sucesso há sempre uma grande equipe. Seria impossível a sua formatura, sem o apoio motivacional e participativo de diversas pessoas. Mestre Juruna, pratica a empatia ao próximo independentemente de qualquer fator, é a forma mais bonita e simples dele demostrar o seu respeito e gratidão a todos que colaboraram com esta data especial. Seu legado consiste em levar a capoeira com seriedade, respeito e dedicação, e espontaneamente se emociona ao responder que o sentimento foi inexplicável. 


Texto elaborado pelo Aluno Gohan — Bruno Hermenegildo  MG